quinta-feira, janeiro 25, 2007

OS MESMOS E O MESMO DE SEMPRE

O pensamento único mantém a sua força. Os jornais, as televisões e as rádios fazem questão que em cada um deles vinguem os comentários dos seus analistas permanentes sobre as diversas situações da política nacional e internacional. O Rádio Clube Português que agora inicia uma nova programação também já encontrou os seus comentadores. Lá vamos nós continuar a ouvir exclusivamente o Bloco Central. Os convidados são, Filomena Mónica, Dias Loureiro, Pacheco Pereira (este está em todas) e Vital Moreira que agora também já faz parte do tal bloco. Conclusão, o melhor é desligar.

terça-feira, janeiro 23, 2007

SIC SEM TESÃO

A Sic tem uma novela que se chama “JURA”. Nunca havia reparado. Há dias num momento do imprescindível “zapping” parei durante breves momentos por um dos episódios que estava a ser transmitido para apreciar o quão é tão má a ficção na nossa televisão. A determinada altura a cena era representada por dois actores que estavam na cama e procuravam fazer sexo. A “coisa” estava a ser dificultada porque o homem não conseguia excitar-se o suficiente para introduzir o “dito cujo”. Vai daí disse-lhe ela muito seriamente:
“-Querido, estás com disfunção eréctil?”
Como é possível que o nível dos diálogos nas novelas portuguesas chegue a este ponto? Mas há alguma mulher que numa situação destas pergunte ao seu amante, “Querido, estás com disfunção eréctil?”Por amor de Deus. A novela é uma produção da grande criadora televisiva Teresa Guilherme. Oh Teresa, diz lá aos teus guionistas que numa situação destas é muito mais lógico a actriz perguntar ao actor se ele está a ficar com falta de tesão. Ou então, “querido, queres que te vá buscar um daqueles comprimidos azuis que depois nos fazem emaranhar pelas paredes”?

segunda-feira, janeiro 22, 2007

BARRIL DE PÓLVORA

As autoridades do Irão interditaram o acesso às suas instalações nucleares a 38 inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em resposta à resolução da ONU sobre o programa nuclear do país, anunciou hoje o parlamentar Allaeddin Boroudjerdi.
O futuro ninguém o conhece mas ás vezes parece previsível tendo em conta a história do passado e do presente. Tem-se a sensação que estamos metidos num imbróglio graças aos erros acumulados ao longo dos tempos. O desenvolvimento tecnológico parece ter contribuído para que o homem mais rapidamente chegasse ao caos em vez de o aproveitar no sentido de tirar o melhor proveito para o seu bem-estar. Todos nos sentimos em cima de um barril de pólvora. Só os inconscientes e ignorantes ainda não o perceberam. A situação no Médio Oriente está longe de tornar-se pacífica e à partida é de difícil solução com consequências para o resto do mundo. Ninguém vai querer abdicar e quando assim é as posições extremam-se.
O Irão, ou outro país muçulmano, mais tarde ou mais cedo não vão prescindir de ter o seu próprio arsenal nuclear. Tal situação colocará sempre em perigo Israel enquanto não for resolvida a questão palestiniana. A partir do momento que um desses países possua armas nucleares nunca mais a conjuntura internacional será como dantes. Veja-se o que se passa neste momento e ainda o Irão só agora faz intenções de enveredar pelo nuclear. Com todos devidamente “equipados” tudo de mau pode acontecer. O que vai fazer Israel com um país inimigo próximo com armas nucleares? À partida só lhe restam duas hipóteses, ou se antecipa e o ataca para o neutralizar ou limita-se a esperar. Ambas as situações nada trazem de bom. No caso de um ataque nuclear por parte de Israel ao Irão ninguém mais travará a guerra entre países muçulmanos e o Ocidente com consequências nefastas de difícil avaliação. Não tomando este tipo de iniciativa e limitando-se a aguardar, Israel ficará sempre insegura e alvo do Irão e aqui perante esta conjuntura colocam-se mais outras duas hipóteses. A primeira, estando o Irão equipado em termos nucleares e sendo uma ameaça permanente na região obriga a que Israel negoceie sem condições a questão palestiniana e abandone assim os territórios ocupados. Não parece que Israel pelo que já demonstrou esteja muito nessa disposição. Até agora Israel negociou com os palestinianos mas praticamente impondo ela própria e de alguma forma as condições já que o inimigo se limitou às intifadas ou a alguns ataques suicidas. A situação agora é diferente, a guerra pode deixar de ser à pedrada para ser à bomba. Israel sabe que negociando sem força e perante uma ameaça constante nuclear teria que abdicar totalmente dos territórios ocupados. Protegidos, os palestinianos assim o exigiriam. Segundo, caso o Irão decida atacar Israel não há grandes dúvidas que rapidamente o Irão desapareceria do mapa por decisão unânime do Ocidente e sobretudo do grande aliado de Israel, os Estados Unidos. As consequências também aqui não seriam as melhores. Não é de prever que o Ocidente deixe ao abandono o seu aliado de sempre, Israel, assim como não é de prever que os países árabes mais radicais deixem de apoiar a causa palestiniana. O homem na sua vã glória de mandar e possuir, criou as mais ridículas fronteiras conforme os seus interesses do momento, optou sempre pela divisão do mundo e afinal, parece que não vai ganhar nada com isso.

sábado, janeiro 20, 2007

À BEIRA DO FIM


Esta semana reputados cientistas americanos, face à conjuntura internacional em termos políticos e de armamento nuclear, concluíram que o mundo está provavelmente muito próximo do apocalipse. Estados Unidos, Rússia, Israel, França, Reino Unido, China, Índia, Paquistão, China e com o Irão a caminho, não há Tratado de Não-Proliferação Nuclear que resista à pandemia.
Desde o fim do “aparttheid” que a África do Sul foi o único país do mundo que já possuiu armas nucleares e que no entanto desistiu delas. A Rússia é apontada como sendo o alvo mais fácil para o roubo de armas nucleares por parte de terroristas, já que tem plutónio e urânio enriquecido espalhado por vários armazéns no seu território.Quer o culto religioso japonês, Aum Shinrikyo, quer os Talibãs, tentaram, sem sucesso, subornar cientistas russos para que estes lhes facultassem conhecimentos nucleares. No entanto ninguém nos garante que será sempre assim. Os EUA têm, actualmente, 480 bombas nucleares na Europa espalhadas pelo Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda e Turquia. George W. Bush pediu, ao Congresso a aprovação de um orçamento de 8,5 milhões de dólares em 2006, para o desenvolvimento de “bunker-busters”, armas nucleares de penetração de solo. Os EUA são, até à data, o único país a ter usado armas nucleares contra outro Estado.
Alguns países acham-se no direito de decidir os que podem ou não produzir aquele tipo de armamento em vez de procurarem em conjunto com todas as outras nações e, de uma vez por todas, reduzir a zero os seus arsenais nucleares. Mas há alguém que medite ou viva preocupado com a actual situação? O mal foi ter existido o primeiro que, por ironia do destino e por muito rico que seja, também muito provavelmente não escapará ao fim.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

SEGURANÇA ADIADA

Foi já feito o primeiro balanço dos radares de velocidade colocados em várias artérias da cidade de Lisboa. Foram registados mais de 70 mil infractores. Alguns deles com velocidades superiores aos 200Km/hora. Afirmam as autoridades que até Março ninguém é multado. Apenas se pretende que por enquanto os automobilistas se vão habituando à ideia da existência dos radares para que no futuro então se comece a funcionar segundo a lei ou seja, a multar os prevaricadores. Esta é uma atitude muito demonstrativa da maneira de estar dos portugueses senão vejamos:
Os nossos cidadãos só cumprem quando vigiados e enquanto tal não acontece acham que podem cometer todo o tipo de ilegalidade. A polícia e a autoridade só existem porque é necessário impor a ordem. Não somos capazes de nos comportar civicamente de forma a prescindir da “mão de ferro”. Por outro lado, mais uma vez se confirma que as nossas autoridades são incompetentes, desleixadas e fomentam os maus exemplos. Por acaso não está já em vigor há bastante tempo a lei que proíbe o excesso de velocidade superior aos 50Km/hora dentro das povoações? Então se está porque é que não é aplicada independentemente da existência dos radares? Imaginemos que um dos tais loucos inconscientes das máquinas voadoras que circularam a mais de 200Km/hora dentro da cidade, pondo em risco a segurança de outros, provocasse um acidente do qual resultaria a morte de pessoas. O óbito das vítimas só contaria a partir de Março altura em que as autoridades dizem que a partir daí os excessos começarão a ser penalizados como define a lei?

domingo, janeiro 14, 2007

OS RELOJOEIROS

Quase todas as empresas não prescindem de ter o seu relógio de ponto. Dizem que serve para controlar a assiduidade do pessoal. Ou seja, as empresas preocupam-se mais em saber se determinado funcionário é mais assíduo do que produtivo. Fica-se com a ideia que a colocação dos relógios de ponto é a passagem de um atestado de incompetência e de falta de confiança das administrações das empresas em relação as todas as estruturas de chefia. Para que servem então os chefes se estes não controlam quer a assiduidade quer o serviço prestado pelos funcionários que dirigem? Em relação a determinadas profissões o relógio de ponto é uma aberração completa. Um professor que em casa prepara as suas aulas, quando estuda ou quando se cultiva através das mais variadas formas faz o registo de horas nessa altura? E um médico, ou um jornalista, ou um publicitário e tantos outros?

sábado, janeiro 13, 2007

O REINO MÁGICO

Se os portugueses fossem tão bons em tudo como são nos chamados “golpes baixos” seriam o povo mais desenvolvido do planeta. O exemplo vem de cima. Consta para aí nos jornais que o governo anda à procura de uma solução para tentar manter no cargo o Director Geral de Contribuição de Impostos, Paulo Macedo, que pelos vistos é competente mas que agora não pode continuar a auferir o seu elevado ordenado tendo em conta a aprovação de uma lei recente que proíbe que qualquer funcionário do Estado não possa usufruir um ordenado superior ao do Primeiro-Ministro. Para segurar aquele profissional no cargo o governo parece estar a estudar uma forma de Paulo Macedo continuar a exercer as suas funções não o prejudicando dos seus actuais honorários. Como se calcula só inventando truques e aplicando algumas manhas se conseguirá dar a volta à questão para fugir ao rigor da própria lei que o governo criou mas que neste caso não lhe interessa muito fazer cumprir dada a situação de aquele economista render bastante milhões às contas do Estado.
Como noutros, é também neste aspecto que os responsáveis portugueses mostram verdadeiramente não serem capazes de ser verdadeiros. Já vai sendo tempo de se rever, quer em termos de ordenados, quer em termos de responsabilidades, a situação dos governantes e gestores públicos. Claro que tendo o Primeiro-Ministro maiores responsabilidades na gestão do país por consequência deverá auferir o ordenado mais elevado e assim sucessivamente. A questão está apenas em exigir aos responsáveis pelos destinos das empresas e do país competência e resultados em consonância com os seus ordenados. Como em tudo, havendo exigência, responsabilidade e bons ordenados aparecerão os melhores, aparecendo os melhores aparecerão resultados, aparecendo excelentes resultados aparecerá o desenvolvimento do país. Se o Director Geral de Contribuições e Impostos justifica ganhar 25000 euros/mês então o Primeiro-Ministro que ganhe 50000. Os portugueses não se importarão de pagar tais ordenados caso eles o justifiquem. Só teriam a ganhar com a medida. É só preciso coragem para decidir, ser-se verdadeiro e transparente. Pelos vistos passa-se o contrário, escondem-se as verdades, tenta-se ludibriar o povo, grassa a incompetência e a irresponsabilidade, não se lhes exige resultados e sendo assim afinal os nossos responsáveis não merecem sequer o ordenado mínimo nacional.

sábado, janeiro 06, 2007

AINDA SADDAM

A primeira semana do ano ficou ainda marcada pela acesa discussão em torno da condenação e execução do ex-líder iraquiano. Duas questões ficaram por esclarecer independentemente de se estar de acordo ou não com a pena de morte. A primeira, porque é que Saddam Hussein não foi julgado por um tribunal internacional dado ter sido capturado graças à intervenção de potencias estrangeiras no seu país e não devido a causas internas? A segunda questão que se impõe colocar, caso o tribunal iraquiano entendesse ilibar o réu dos crimes cometidos, as forças americanas teriam também entregue Saddam Hussein às autoridades iraquianas como o fizeram para este ser enforcado?

quinta-feira, janeiro 04, 2007

A RAZÃO DA INEFICÁCIA


"Mais uma criança morreu de maus tratos. Mais uma vez, as comissões de acompanhamento de menores que funciona na dependência do Governo não funcionaram. Mais uma vez, o ministro Vieira da Silva vem prometer inquéritos. Até quando durará a inoperância?"

Este era o texto inserido na secção Sobe e Desce do jornal Público e critico em relação ao ministro do trabalho e da solidariedade social. Até quando a inoperância? Tentemos fazer um “desenho” para esclarecer o jornalista. A resposta que se impõe é dizer-lhe, até que o jornalismo em Portugal também ajude. Os jornalistas em vez de se limitarem a criticar facilmente os acontecimentos deveriam talvez antes preocupar-se em investigar o porquê das coisas. Pois, se uma grande maioria de jornalistas e líderes de opinião que escrevem nos jornais são os primeiros a defender o corte dos custos suportados pelos organismos do Estado, que colaboram na defesa da politica de redução de funcionários, estão à espera de que resultados? As comissões de acompanhamento de menores dão lucro? Não. Então há que reduzir a despesa e reduzir funcionários. Os senhores jornalistas por acaso já se deram ao trabalho de ir verificar o que é necessário para que as coisas funcionem capazmente? Era bom que os senhores em vez de se limitarem a transcrever os chamados “números oficiais” que lhes diz que há funcionários a mais, levantassem o cuzinho das cadeiras das redacções, fizessem jornalismo de investigação e procurassem saber onde há falta de funcionários e que organismos estão a trabalhar em deficientes condições por falta de pessoal recentemente dispensado e por força da tal contenção de custos. Do défice. Se Portugal desde os Descobrimentos ainda nem sequer investiu nas mais diversas áreas como é que já quer reduzir custos?
Que importância tem a vida de mais uma criança ou de mais 6 pescadores naufragados a 30 metros da praia perante os números financeiros que o Governo tem de apresentar aos senhores jornalistas e aos senhores de Bruxelas?

quarta-feira, janeiro 03, 2007

MODERN TIMES

Nos tempos que correm e sobretudo em Portugal começou-se a criar o hábito em afastar das suas funções pessoas com mais experiência e de mais idade. Já nem se sabe qual é a fronteira que entretanto parece cada vez mais reduzida. Claro que isto tem um propósito, os gestores dos “Modern Times”, também já bastante novos, não suportam de uma maneira geral o espírito reivindicativo em termos de condições de trabalho e de exigência, o seu melhor conhecimento profissional e os ordenados mais elevados dos profissionais mais antigos das empresas. Preferem obviamente reduzir custos empregando no lugar daqueles, jovens muitas das vezes mal preparados e entregues ao seu destino sem estes absorverem qualquer tipo de referência. Parece agora que todas as carreiras profissionais se equiparam às dos desportistas. Já não é o primeiro “fedelho” que oiço dizer na empresa onde trabalho que determinado colega com 40 ou 50 anos, com mais de 20 anos de experiência profissional e de conhecimento, está velho. Está acabado.
A revista musical “Rolling Stone” divulgou recentemente a lista dos 50 melhores álbuns de 2006. O primeiro lugar é ocupado por “Modern Times” de Bob Dylan. Fiquei surpreendido, garanto que não foi por qualquer preconceito em relação à idade de Dylan, e hoje escutei integralmente e gostosamente o último disco do criador do célebre “The times thei are a-changing” de 1964. Recorde-se que Dylan gravou o seu primeiro álbum em 1962 e que já ultrapassou os 60 anos de idade. Depois de escutar este “Modern Times” de 2006, olhei pela janela e pensei cá para os meus “botões”, ide chamar velho ao caralho que vos foda.

COMEÇOU O ANO NOVO

Sobe o preço do pão, transportes e combustíveis.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA