sábado, maio 30, 2009

AVISO

Caro Vital, não te estiques muito nem cuspas para cima senão a escarreta ainda pode cair em cima do partido que te apoia para as Europeias. Essa tua expressão de dizeres que a situação no BPN é uma roubalheira e que por coincidência nela estão envolvidas muitas pessoas gradas do PSD, facto que o comum do cidadão já havia constatado e daí não teres acrescentado qualquer novidade ao que já se sabia, pode de um momento para o outro levar a que alguém venha a pôr a “boca no trombone” em relação a alguns negócios em que possam estar envolvidas pessoas ligadas ao PS. Tu sabes que nós sabemos que tu até sabes disso. Sabes que os dois partidos andam há mais de 30 anos nos corredores do poder, terão até feito algumas alianças convenientes e que portanto não será de estranhar que ambos tenham ao longo do tempo construído muitos “telhados de vidro” não estando por isso muito dispostos a trazer para a praça pública certos assuntos que possam beliscar os seus mais importantes interesses. Repara que o pacto de regime existente entre os dois até levou o próprio Dias Loureiro a ser a personalidade convidada para fazer o lançamento do livro-elogio de José Sócrates (O menino de oiro) escrito pela jornalista Eduarda Maio. Por tudo isto e por tudo o que deves imaginar, suspeito muito que alguém do PS venha a público defender-te em relação às tuas recentes afirmações. É capaz de não haver interesse nisso e depois ficas para aí a espernear sózinho. Quero no entanto dizer que te compreendo perfeitamente, só agora estás a entrar verdadeiramente no sistema e que por essa razão ainda "andas ao papel".

ATÉ QUANDO DURA ISTO?


Miguel Cadilhe o antigo presidente do Banco Português de Negócios (BPN), sim esse mesmo, aquele que tem um ar tão angélico e que respira competência e muita credibildade no meio da alta finança, conseguiu garantir junto dos accionistas da instituição um plano poupança reforma (PPR) no valor de pelo menos 10 milhões de euros. Esta condição foi imposta por Miguel Cadilhe, durante as negociações de entrada no banco, de modo a poder ressarcir-se da perda da pensão que então auferia enquanto reformado do Banco Comercial Português (BCP).
O presidente da SLN Valor, Alberto Figueiredo, considerou que o seguro de reforma de 10 milhões de euros feito pela SLN junto de uma seguradora para assegurar a contratação de Miguel Cadilhe foi preço acordado e podia ter sido maior.
"Podiam ser 20, 30 ou 40 milhões de euros, a importância de ter um gestor consagrado e respeitado no mercado na SLN não tem preço", afirmou Alberto Figueiredo. Alberto Figueiredo é também um dos principais accionistas da SLN, que detinha o Banco Português de Negócios (BPN) até á sua nacionalização.
"Os 10 milhões de euros foram exactamente o valor que Cadilhe perdeu ao sair do sistema de reforma do BCP e disse-nos que tinha ser compensado. Nós aceitámos as condições". Oh meu querido Alberto, se uma tal decisão não tem preço até podiam ser 100 ou 200 milhões, no futuro cá estaria alguém para pagar o que fosse preciso.
Para este tipo de gente que fala e se comporta desta forma tudo isto parece-lhes perfeitamente normal. Deu no que deu. O Estado e os contribuintes portugueses pagarão por tamanhas barbaridades praticadas por autenticos terroristas de colarinho branco. Mais grave ainda, andam à solta, presenteiam-nos com as suas conferências de imprensa, aparecem diáriamente na comunicação social uns a seguir aos outros propondo-nos soluções para a saída da crise e até são escutados e protegidos pela classe política de centro direita que nos governa ao longo de tantos anos.

segunda-feira, maio 25, 2009

UMA CARTA FORA DO BARALHO

Felizmente que no meio da alta classe empresarial portuguesa ainda existe gente que se destaca pela sua forma de estar e com uma visão mais sã e realista da sociedade. Nem tudo está podre e nem todos vivem na obsessão de usurpar terceiros a todo o custo com o intuito de enriquecer cada vez mais explorando tudo e todos sem regras e sem qualquer tipo de escrúpulos. Belmiro de Azevedo do alto do seu pedestal ameaça e responsabiliza os trabalhadores pela falta da sua flexibilidade no sacrifício de direitos adquiridos que assim ajude o país na saída da crise. A lenga lenga de sempre da generalidade dos empresários e dos seus políticos apoiantes e homens de mão que por aí proliferam com direito a antena diariamente na comunicação social. Não tardará que perante as últimas intervenções do patrão da Sonae e que é proprietário também do jornal “O Público”, venha em defesa deste tipo de profecia o director do seu jornal José Manuel Fernandes tal como se tratasse de um verdadeiro “cão de guarda”.
Contrastando com esta visão da situação que vivemos dia após dia valeu a pena assistir à entrevista efectuada pela Rádio Renascença e RTP2 a José Roquette e perceber que alguém pertencendo à mesma classe se comporta e pensa com outra classe. O empresário e responsável pelo projecto turístico do Parque Alqueva, começa por nos dizer que a falta de ética está na origem da presente crise. “Um dos problemas hoje mais latentes é a ausência de uma dimensão ética nas decisões dos empresários…Houve em termos empresariais a mesma ausência de princípios em termos de responsabilidade social…Os bónus que são dados aos gestores são em acções da própria empresa, o que faz com que os gestores tenham tendência a privilegiar o curto prazo, dando-lhe uma perspectiva especulativa que acabou por conduzir à situação actual…Nos últimos 20 anos criou-se um sentido de impunidade das lideranças empresariais que veio a ser validado pela falta de consequências pesadas…Esta crise é basicamente uma crise de lideranças, politicas ou empresariais. Pretende-se que aqueles que criaram essa situação nos tirem agora dela…Os protagonistas deviam entender-se e perceber que têm que encontrar novos paradigmas.”
José Roquette parece assim um homem de outra dimensão e com outra formação que não aquela a que nos habituaram a maioria dos empresários nacionais, sobretudo aqueles que muito rapidamente enriqueceram no pós 25 de Abril de 74, sabe-se lá de que forma e à custa de quê. Isso faz parte dos mistérios com que temos que viver. José Roquette preocupa-se com a crise, não por temer a redução da sua riqueza mas, tal como afirmou naquela entrevista, por achar que aqueles que foram responsáveis pela actual crise querem agora ser eles próprios os curandeiros da mesma. Roquette desconfia deles porque conhece-os e sabe do que eles são capazes. Sabe perfeitamente que as suas soluções são as mesmas de sempre e com propósitos muitos claros, continuar a enriquecer no curto prazo e ainda mais rapidamente nem que para tal tenham que conduzir a sociedade à ruína total.

sexta-feira, maio 22, 2009

OS VAMPIROS

Voltou o Belmiro. De vez em quando ele aparece. De uma maneira geral em tom ameaçador. -Ou me tratam bem ou fecho todas as minhas empresas que empregam milhares de trabalhadores portugueses e vou investir no estrangeiro. Tomem cuidado.-
Agora Belmiro apareceu com mais uma ameaça desta vez dirigida aos trabalhadores em geral e muito particularmente aos da Auto-Europa. -Olhem que a crise não está para reivindicações. Sejam mansinhos e sujeitem-se ao que há. A mobilidade nas empresas é muito boa. Ou seja, se tiverem que trabalhar também nos dias de folga sem receber mais por isso não vos resta ter outro remédio que não seja o de aceitar –
Só eles querem ganhar mais, recuperar os lucros chorudos de outrora, a crise não é para eles, a pandemia só deve estar destinada para os mesmos de sempre. Para tal há que os meter todos a monte e afastados dos nossos condomínios, degradar mesmo o seu próprio ambiente tirando até partido para as nossas empresas de construção e tudo o que a elas está sempre ligado, fazendo aquilo que recusamos nos nossos oásis. O que há de mau encafuemos tudo ali. Não lhes dêmos prazer nos seus tempos de lazer e nem sequer tempo para que vivam alegres. Ameacemo-los e assustemo-los. Façamo-los curvar perante nós. Queremos ganhar mais mas não queremos pagar por isso. Suguemo-los a todo o custo porque adquirimos o poder para o fazer.

quarta-feira, maio 20, 2009

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS

Ainda falam em Bloco Central para nos tirar da crise e mudar Portugal como se tal Bloco não nos tivesse governado ao longo dos últimos 30 anos.
Lopes da Mota, homem próximo do PS e actualmente Presidente do Eurojust que coordena as investigações criminais entre os países europeus da CE, foi acusado pelos procuradores do caso Freeport de os ter pressionado com o intuito de facilitar a vida ao Primeiro Ministro José Sócrates. Resultado acabou por ser alvo de um processo disciplinar actualmente em curso. A oposição desde logo exige a sua demissão enquanto que o governo defende o seu amigo intimo quer pelo seu prestígio quer pela presunção da sua inocência.
A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite e os restantes membros do seu partido, mostram-se profundamente chocados e escandalizados por Lopes da Mota não ter sido ainda demitido ou o mesmo não ter pedido a suspensão das suas funções no Eurojust. São exactamente estas as mesmas pessoas que nunca se pronunciaram sobre a demissão do seu camarada de partido de longa data, Manuel Dias Loureiro, de membro do Conselho de Estado depois das trapalhadas suspeitas na gestão escandalosa e danosa do BPN em que Loureiro foi chave importante do processo. Que mais acrescentar sobre a integridade moral e a honestidade da maioria dos políticos portugueses?

segunda-feira, maio 18, 2009

ESTEVE QUASE A ACONTECER

Acabo de ver a entrevista que o líder do CDS Paulo Portas deu ao jornalista Mário Crespo na SIC. Cheguei a temer que no final terminassem com um beijinho de despedida.



domingo, maio 17, 2009

OS CAMPEÕES

Mais uma época do chuto na bola está a terminar. Por essa Europa fora já há clubes campeões mesmo antes de cumpridas as ultimas jornadas. Em Inglaterra o Manchester United volta a ser campeão, em Espanha o Barcelona vence destacado e em Itália o Inter de Mourinho também canta de galo. Apesar de ainda faltar uma jornada para o final do campeonato português praticamente está já tudo decidido quanto aos três primeiros. Em Portugal a classificação fica assim ordenada:
1º- A SAD do FCPorto presidida por Pinto da Costa
2º- O jogadorLiedson do Sporting
- O treinador Quique Flores do Benfica

quinta-feira, maio 14, 2009

A CIVILIZAÇÃO

Na semana passada chegou-nos em rodapé nas notícias a informação de que, em África morreram durante um certo período de tempo 1900 crianças com meningite. Dizem os Médicos Sem Fronteiras que cada vacina da meningite custa cerca de 1 euro. Ou seja, com apenas 1900 euros evitar-se-ia a morte de mais 1900 crianças. Por cá, nas capas das revistas mostravam-nos os prémios anuais dos gestores das empresas portuguesas. Dos cem mil aos 800 mil euros/ano. Remuneram-se bem os gestores em prol do desenvolvimento das empresas e dos países, dizem-nos. O mundo nunca será perfeito mas poderia ser um pouco mais justo e mais fraterno. Para tal bastaria apenas que nos questionássemos um pouco mais.

sábado, maio 02, 2009

PENA NOSSA

A edição do dia 1 de Maio do jornal “O Público” brinda-nos com uma entrevista ao escritor José Luandino Vieira. Na mesma estão apenas retratados os anos de cativeiro do militante angolano na prisão do Tarrafal em Cabo Verde. Em toda a entrevista nunca Luandino Vieira demonstrou qualquer rancor aos responsáveis e colaboradores do regime e muito menos aos guardas prisionais e directores daquela prisão ícone dos tempos fascistas. Luandino está acima dos comportamentos racionais do comum dos cidadãos e sabe que a história dos tempos, mais tarde ou mais cedo, é implacável na discrição e na condenação dos factos exercidos por aqueles que fazem parte da peste humana.
O comportamento de Luandino Vieira faz-nos recordar Nelson Mandela vitima também de um regime deplorável, tirano, racista e preconceituoso. Ambos cumpriram longas e duras penas de prisão, cada um deles teve mais tarde a oportunidade de exercer o poder pelo tempo que quisesse, ambos não tiveram sede de vingança apesar das represálias a que foram sujeitos durante tantos anos, e cada um deles, apesar de poderem dar por muito mais tempo o seu contributo ao desenvolvimento das suas comunidades, optaram por dar o lugar aos outros por acharem que cada um de nós tem o seu tempo e que o poder é efémero. Luandino Vieira e Nelson Mandela são exemplos de humildade raramente vistos. Gente desta estirpe deveria antes estar sujeita à pena perpétua de governar as nossas sociedades. Talvez o mundo estivesse melhor.

sexta-feira, maio 01, 2009

RESISTIR PARA NÃO CAIR

Porque será que o 1º de Maio é cada vez mais uma data importante para os trabalhadores de todo o mundo?
Sobretudo porque estamos fartos do crime económico, da exploração autorizada, da prepotência exercida pelos diversos poderes e pelas grandes desigualdades sociais que não param de se acentuar.
Entretanto nesta data do 1º de Maio de 2009, as oito centrais sindicais de trabalhadores em França uniram-se em manifestação conjunta enquanto que em Portugal as duas centrais optaram por reunir os seus associados em separado. Lá por fora sempre mais atentos que os cá de dentro.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA