sexta-feira, janeiro 18, 2008

PARTIDO ÚNICO

Depois de acesa polémica, o partido do governo de José Sócrates, aliado ao maior partido da oposição, parece ter desistido de levar por diante a ideia de carácter fascistóide de exigir aos pequenos partidos que, para se manterem dentro da legalidade teriam que comprovar ter no mínimo 5000 filiados. Para além do facto de ser muito abusivo o Estado exigir ter em seu poder os dados confidenciais dos partidos políticos e dos seus militantes, os dois maiores partidos portugueses acham que todos os portugueses, para participarem na vida democrática do país, têm forçosamente que estar inscritos nos partidos políticos ou estes para que possam divulgar as suas ideias têm que angariar a inscrição de um certo numero de militantes. Já não basta que as pessoas simpatizem com determinados projectos, não, para esta gentalha só quem é filiado é cidadão de pleno direito. Que se saiba, muitos portugueses têm escolhido e votado em projectos políticos sem que alguma vez tivessem a necessidade de se filiarem em qualquer partido. Aliás, todos os partidos logicamente têm nos vários actos eleitorais registado um maior número de votos em relação ao número dos seus militantes. Quantos militantes tem o Partido Socialista ou o Partido Social–Democrata? Não será um número razoavelmente insignificante pequeno em relação à maioria da população portuguesa? Então o que justifica a sua existência? O que PS e PSD desejam é que não surjam outras ideias e diferentes projectos políticos dos seus que cada vez mais se assemelham. Hoje exterminar-se-iam os partidos com menos de 5000 militantes inscritos, mais tarde aconteceria o mesmo a quem não tivesse representatividade parlamentar e depois a quem não fosse o mais votado de todos até chegarmos por fim ao partido único. Como antigamente. E dizem eles que o Hugo Chávez não é democrata.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA