terça-feira, maio 13, 2008

FELICIDADE FÁCIL

Na semana passada o jornal “O Publico” fez a apresentação de um livro de Eric G. Wilson com o sugestivo nome “Against Happiness: In Praise of Melancholy”.
A propósito da temática o jornal consultou a opinião de várias personalidades com o intuito de saber se, tal como os americanos, os portugueses também estão cada vez mais interessados na felicidade fácil. Por exemplo, Mário de Carvalho diz que, “Portugal, ao contrário de outros países europeus, não está preparado para suportar o nível de degradação que corresponde aos tempos vertiginosos actuais. Acrescenta Mário de Carvalho, “temos um défice cultural e cívico acumulado ao longo da história e não apenas no sec. XX. Défice que se reflecte no abocanhamento dos recursos públicos por interesses dominantes e em modelos sociais que privilegiam a negociata, as tranquibérnias e as falcatruas. Os portugueses, tal como os americanos, têm vontade de se abstrair das dificuldades mas não de forma consciente. São vítimas de uma politica de instigação, ao serviço de interesses difusos instalados, que lucram e prosperam na nossa sociedade. São obrigados, seja pela televisão, seja pelo futebol, a viver aturdidos, são vítimas de uma gigantesca lavagem ao cérebro e manipulação do espírito.
Também o sociólogo das religiões, Moisés Espírito Santo coloca em duvida as capacidades dos nossos indígenas. Diz ele que, “os portugueses por muito melancólicos que sejam, não têm espírito criador. Sempre tiveram necessidade de copiar. Até podemos ser férteis em literatura. Camões, Eça e Saramago são grandes escritores. Mas não somos férteis em mais nada. Basta pensar na filosofia e na teologia. Temos 90% de católicos, mas não há entre nós um único criador de teologia. Que é que isso diz de nós? Que somos uma cultura estéril, sempre fomos. Na fase dos descobrimentos fomos férteis, mas considero isso quase uma acaso, um acidente, que aliás, acabou depressa, por causa da inquisição. De resto, somos um povo seguidista, obediente, passivo e dependente. O ideal do português não é buscar via própria, mas ficar dependente do patrão, do dominador, dos valores vigentes.”

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