A RELÍQUIA DO SR. STANLEY HO

Inaugura esta semana o Casino Lisboa. Estão ainda previstos mais dois na zona da capital dentro dos próximos tempos. A comunicação social tem dado grande destaque ao acontecimento como se tratasse de algo tão importante para o futuro dos indígenas. Não há programa em que não se fale desta “grande obra” nacional ou onde não apareça aquela figura do cachimbo que é administrador do Casino Estoril a defender as virtudes do jogo e a sua democratização (que meta essa democratização na peida) e os benefícios que o país arrecada com os mesmos. A riqueza agora está à mão de qualquer um. É só apostar e acertar. Quem não acerta são os grandes decisores deste pobre país que gosta de se mostrar rico mas que não tem um “chavo” para mandar cantar um cego. Diz a imprensa de hoje que o estado vai facturar metade das receitas do Casino Lisboa. Mas porque é que o estado, já que está tão interessado no jogo dando cobertura ao mesmo, não é ele que explora integralmente os grandes lucros dos casinos aplicando os mesmos ao serviço dos mais necessitados? Por exemplo, porque não é dada a concessão do jogo à Santa Casa da Misericórdia? E o que nos tem a dizer a Autoridade para a Concorrência quando a concessão do jogo do Casino do Estoril e do Casino de Lisboa são entregues ao mesmo individuo, no caso, ao Sr. Stanley Ho? Certamente não tem nada a dizer porque não tem “cave” suficiente para fazer frente aos grandes “tubarões”. É o nosso azar.