REFORMAS A VOAR
Esta história de que em democracia tudo e todos devem ser tratados por igual tem muito que se lhe diga. Parece que o governo do Eng. Sócrates não é da mesma opinião. De repente estipula-se que toda a gente se deve reformar somente aos 65 anos de idade, isto por agora porque, pelo andar das coisas daqui a mais uns anitos pode ser que a reforma seja lá para os 120. Já para não falar na quebra de contrato e dos compromissos assumidos entre os cidadãos e o Estado, a ideia é no mínimo absurda. É mais um exemplo de que este governo é tão mau como foram os do passado. As suas decisões têm sempre carácter de urgente e de desenrasca e nada é pensado e feito numa perspectiva de futuro. Por exemplo, gente com mais de 30 anos de trabalho e que agora estaria a 1 ou 2 anos da sua reforma é confrontada com a decisão de que afinal terá que trabalhar mais 5. Num verdadeiro Estado de Direito qualquer cidadão alvo de uma medida destas colocaria os responsáveis pelo acto no banco dos réus. Se o governo quer mexer na idade da reforma ou mesmo acabar com as retribuições das mesmas deve tomar a decisão de legislar no sentido de quem agora começa a trabalhar possa decidir por sua conta o que fazer para garantia do seu futuro. Era uma questão de justiça para quem já trabalhou e sincero para quem agora inicia a sua vida profissional.
Chegou a altura de mais uma carreira profissional ser “assaltada”. A dos pilotos da aviação civil. Fica-se com a ideia de que para o governo, estar numa qualquer repartição a carimbar documentos é rigorosamente igual a pilotar um avião de passageiros. Desde há muitos anos que as companhias aéreas pautavam a sua conduta por questões de segurança, quer na manutenção dos aviões, quer pelas exigências profissionais impostas aos seus pilotos. Hoje em dia parece que essas preocupações irão começar a ruir. Muitas companhias, especialmente as de “low cost”, quanto a matérias de manutenção deixam muito a desejar, e todas começam a impor aos seus pilotos mais horas de voo diárias com menos períodos de descanso. Mas não só, o governo parece que não teve conhecimento de um estudo recente norte-americano demonstrativo de que a maioria dos pilotos da aviação tinha um limite de vida mais curto que um cidadão normal. As razões são várias, já para não referir as de stress, prendem-se sobretudo com o facto de os pilotos estarem sujeitos diariamente a vários tipos de pressão atmosférica com resultados óbvios na sua saúde. O governo não estuda e é péssimo aluno. Tenta agora “mexer” na idade de reforma dos pilotos para mais tarde “assaltar” os operadores de tráfego aéreo
cuja a idade de reforma é aos 55 anos. Tudo vai ser alvo de tratamento igual segundo este governo muito “socialista”, pilotos, mineiros, médicos cirurgiões etc. Foi muito confrangedor ouvir o ministro Mário Lino referindo-se à greve de zelo encetada pelos pilotos dizer que, “os pilotos se querem reformar aos 60 anos para poderem depois ir voar noutras companhias.” Conversa apropriada para ouvir numa qualquer “tasca”. Um autêntico “passarão” este ministro das obras públicas e transportes.
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