quinta-feira, maio 15, 2008

E ASSIM VAI O PAÍS

Teixeira dos Santos seguindo os conselhos do Presidente da Republica demonstrou a sua indignação em Bruxelas em relação aos elevados honorários auferidos pelos gestores das empresas privadas portuguesas. Se o ministro das finanças está preocupado com os casos de injustiça verificados no nosso país não é optando por este tipo de estratégia que resolverá os problemas dos mais pobres e dos trabalhadores em geral que têm ordenados miseráveis. O que o ministro pretende é atirar poeira para os olhos dos portugueses com discursos demagógicos e aproveitar a ocasião para fazer um pouco de campanha eleitoral. A frágil situação em que se encontram a maioria dos portugueses não é devido aos altos ordenados dos gestores privados mas sim graças às politicas economicistas adoptadas pelos diversos governos que temos suportado e muito sobretudo pelo governo de José Sócrates e Teixeira dos Santos. Se o ministro das finanças está muito preocupado com a situação dos portugueses o que tem a fazer é aconselhar o seu governo a não adoptar politicas económicas injustas para a generalidade dos trabalhadores. Por exemplo, não é com as alterações ao novo código de trabalho que mais servem as empresas e os patrões que o governo contribui para o melhor bem estar dos portugueses, não é com a introdução da flexi-segurança que ficam salvaguardados os trabalhadores portugueses, não é com a tentativa sub-reptícia de acabar com a contratação colectiva que se garante a defesa de quem trabalha, não é com o facilitismo politico e económico dados aos grandes grupos económicos que o governo assegura melhor justiça e melhor distribuição da riqueza, não é alienando a quase totalidade dos bens públicos rentáveis a interesses privados, como têm feito os sucessivos governos, que se garante um substancial crescimento económico. O ministro Teixeira dos Santos deveria compreender que a situação dos gestores privados a quem se refere com elevados ordenados roçando o escândalo em relação a outros países mais ricos e mais desenvolvidos se deve à impunidade de que gozam em termos políticos e económicos. Fazem o que querem, exigem e são contemplados mesmo sem resultados, ostentam a sua riqueza enquanto exploram diariamente os seus empregados regateando ao cêntimo qualquer aumento salarial, procuram evitar pagar mais pelo trabalho extraordinário mas querem sempre mais carga horária laboral gerida a seu bel-prazer, evitam a todo o custo contratualizar, só eles querem impor regras e ainda exploram os consumidores com elevados preços dos seus produtos e muitas das vezes com fraca qualidade. O governo de Teixeira dos Santos tem ajudado muito à festança. Ainda a propósito das palavras do ministro das finanças proferidas em Bruxelas este sujeitou-se a ouvir as reacções prepotentes de alguns gestores privados portugueses como Fernando Ulrich do BPI e de Belmiro de Azevedo. O primeiro quase que chamou de pateta ao ministro e o patrão da Sonae, tal como sempre foi do seu timbre, ameaçou de imediato com a saída dos gestores portugueses para o estrangeiro, como se no estrangeiro houvesse muitos gestores portugueses competentes, nem cá como se tem provado pelos resultados apresentados quanto mais lá fora. O que Ulrich e Belmiro quiseram dizer ao ministro das finanças foi, “esteja é caladinho e procure manter as calças dos portugueses em baixo para nós estarmos à vontade.”

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