segunda-feira, abril 24, 2006

ANTES PUTA QUE FILHO

Sempre que sai um qualquer relatório da OCDE, FMI ou do Banco de Portugal em que ponha de rastos o estado da economia portuguesa, lá aparecem os mesmos senhores de sempre a descarregar o seu ódio visceral no funcionalismo público que, segundo esta cambada, são a causa única de todos os males. Hoje na edição do jornal “O Público”, Vasco Pulido Valente voltou à carga.
A conversa já mete demasiadamente nojo. Não seria melhor acabar mesmo com todos os funcionários públicos, privatizar-se totalmente os serviços do Estado e “dar asas” ao sector privado para que à vontade mostrasse o que realmente vale?
Aliás, diga-se que mais de metade desse caminho já foi percorrido tal o número de privatizações efectuadas nos vários sectores rentáveis do Estado, já para não falar nos benefícios e nas condições criadas para que os privados funcionassem a seu belo prazer.
A maioria dos trabalhadores por conta de outrem vive com os seus ordenados estagnados há vários anos, os seus direitos arduamente conquistados ao longo de muito anos têm sido pouco a pouco seriamente beliscados, as suas perspectivas quanto ao seu futuro estão por baixo, foram enganados com o contrato que assinaram com o Estado em relação à sua idade da reforma vivendo ainda na angústia de não receberem aquilo a que têm direito depois de uma vida inteira a descontar para a caixa de previdência.
Desde há décadas que ao sistema liberal lhe foram dadas as melhores condições para que mostrasse as suas reais capacidades. Quais foram os resultados? Um aumento significativo do desemprego, um reduzido poder de compra das populações e o consequente endividamento das famílias, ter tudo à disposição para depois não ter o essencial, falta de produtividade e de desenvolvimento económico, corrupção e tráfico de influências a grande escala, o meio ambiente mais degradado, falta de segurança, saúde e habitação mais caras e um futuro negro no horizonte. Mas eles insistem, as culpas são um exclusivo dos funcionários públicos. Governantes, políticos, gestores e o grande patronato são as verdadeiras vítimas. Nota-se no dia a dia. Ainda bem que não sou um deles e nem sequer funcionário público.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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5:04 da tarde  

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