sábado, fevereiro 17, 2007

FORA DE CONTROLO

Foram muitos, políticos, jornalistas, colunistas e líderes de opinião que sempre tiveram preocupação com o controlo dos governos nos órgãos de informação do Estado. Daí, as suas insistentes suplicas para que se passasse à privatização dos mesmos. Lá se foi fazendo a vontade dos senhores e agora ao Estado resta apenas o grupo RTP, que mesmo assim ainda incomoda os “profetas” da liberalização total, sobretudo do radical e doentio na matéria, Pacheco Pereira. Nunca foi sua preocupação procurar uma via que possibilitasse a não governamentalização desses órgãos de comunicação social mas mantendo-os na mesma sob a tutela do Estado, uma fórmula que com determinadas regras, como por exemplo a nomeação dos seus cargos directivos e a transparência nas admissões de pessoal, até poderia vir a ter sucesso garantindo uma informação isenta, credível e de qualidade. Houvesse para tal, vontade e os partidos políticos poderiam ter criado um pacto de regime nesse sentido em vez de estarem sempre à espera do momento para estarem no poder e ter assim um maior controlo na informação fornecida pela comunicação social do Estado. Resta agora apenas um “nicho”, a RTP, que certa classe económica e política ainda não perdeu a esperança de a desmantelar pouco a pouco. Tudo o resto já está “devidamente entregue ao sector privado, independentemente de quem quer que seja, jornais, rádios e televisões. Para tal bastou apenas a apresentação de umas garantias bancárias e a organização competente de alguns lobbies. E agora quem dirige a informação que se faz no país? Belmiro de Azevedo, especialista em produzir negócio, detém um jornal, O Público, e que ainda na passada semana despediu um jornalista e professor catedrático de excelente qualidade como é Mário Mesquita com argumentos estapafúrdios como o da incompatibilidade de Mário Mesquita ser do Concelho Directivo da Fundação Luso Americana e em simultâneo escrever crónicas ao domingo no seu jornal, mas no entanto, o jornal de Belmiro é capaz, como aconteceu na sua edição de ontem, fazer um destaque positivo na ultima página ao filho do patrão, Paulo Azevedo. Pinto Balsemão, o maior magnata da comunicação social portuguesa, é militante número de um partido político que muitas das vezes está no poder e como tal pode ter os seus negócios devidamente acautelados. Joaquim Oliveira que se está a tornar num novo potentado na área da comunicação e que ficou mais conhecido pelas suas ligações ao mundo da bola e que hoje detém nas suas mãos um significativo império. Esta semana, pouco tempo depois de ter dispensado dos quadros da TSF o veterano e competente jornalista Fernando Correia, este novo magnata resolveu despedir o director do Diário de Noticias o jornalista credenciado António José Teixeira que por sua vez começava em pouco tempo a elevar a qualidade do jornal mas que, pelos vistos desiludiu o patrão por não ter garantido neste curto espaço de tempo que esteve à frente do jornal um aumento significativo de vendas. Sabe-se agora também que Joaquim oliveira não andava muito satisfeito com a linha editorial seguida pelo jornal. Os nossos empresários querem lucros chorudos e no imediato. Mas isto pode não ficar por aqui, até podem vir aí bem piores. Graças a este tipo de mentalidade não podemos ambicionar ir longe. Valha-nos o facto de chegarem até nós jornais e revistas estrangeiras insuspeitos e com tradição no jornalismo e sobretudo ainda termos acesso a excelentes obras literárias muitas das quais nos ensinam a olhar o mundo de outra forma que não esta, por sinal bastante parola e ridícula.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pode ser que os espanhóis salvem o jornal. Ou o guru Marcelino. Oxalá. É preciso que as coisas mudem para que não fique tudo na mesma.

11:54 da tarde  

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