segunda-feira, janeiro 22, 2007

BARRIL DE PÓLVORA

As autoridades do Irão interditaram o acesso às suas instalações nucleares a 38 inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), em resposta à resolução da ONU sobre o programa nuclear do país, anunciou hoje o parlamentar Allaeddin Boroudjerdi.
O futuro ninguém o conhece mas ás vezes parece previsível tendo em conta a história do passado e do presente. Tem-se a sensação que estamos metidos num imbróglio graças aos erros acumulados ao longo dos tempos. O desenvolvimento tecnológico parece ter contribuído para que o homem mais rapidamente chegasse ao caos em vez de o aproveitar no sentido de tirar o melhor proveito para o seu bem-estar. Todos nos sentimos em cima de um barril de pólvora. Só os inconscientes e ignorantes ainda não o perceberam. A situação no Médio Oriente está longe de tornar-se pacífica e à partida é de difícil solução com consequências para o resto do mundo. Ninguém vai querer abdicar e quando assim é as posições extremam-se.
O Irão, ou outro país muçulmano, mais tarde ou mais cedo não vão prescindir de ter o seu próprio arsenal nuclear. Tal situação colocará sempre em perigo Israel enquanto não for resolvida a questão palestiniana. A partir do momento que um desses países possua armas nucleares nunca mais a conjuntura internacional será como dantes. Veja-se o que se passa neste momento e ainda o Irão só agora faz intenções de enveredar pelo nuclear. Com todos devidamente “equipados” tudo de mau pode acontecer. O que vai fazer Israel com um país inimigo próximo com armas nucleares? À partida só lhe restam duas hipóteses, ou se antecipa e o ataca para o neutralizar ou limita-se a esperar. Ambas as situações nada trazem de bom. No caso de um ataque nuclear por parte de Israel ao Irão ninguém mais travará a guerra entre países muçulmanos e o Ocidente com consequências nefastas de difícil avaliação. Não tomando este tipo de iniciativa e limitando-se a aguardar, Israel ficará sempre insegura e alvo do Irão e aqui perante esta conjuntura colocam-se mais outras duas hipóteses. A primeira, estando o Irão equipado em termos nucleares e sendo uma ameaça permanente na região obriga a que Israel negoceie sem condições a questão palestiniana e abandone assim os territórios ocupados. Não parece que Israel pelo que já demonstrou esteja muito nessa disposição. Até agora Israel negociou com os palestinianos mas praticamente impondo ela própria e de alguma forma as condições já que o inimigo se limitou às intifadas ou a alguns ataques suicidas. A situação agora é diferente, a guerra pode deixar de ser à pedrada para ser à bomba. Israel sabe que negociando sem força e perante uma ameaça constante nuclear teria que abdicar totalmente dos territórios ocupados. Protegidos, os palestinianos assim o exigiriam. Segundo, caso o Irão decida atacar Israel não há grandes dúvidas que rapidamente o Irão desapareceria do mapa por decisão unânime do Ocidente e sobretudo do grande aliado de Israel, os Estados Unidos. As consequências também aqui não seriam as melhores. Não é de prever que o Ocidente deixe ao abandono o seu aliado de sempre, Israel, assim como não é de prever que os países árabes mais radicais deixem de apoiar a causa palestiniana. O homem na sua vã glória de mandar e possuir, criou as mais ridículas fronteiras conforme os seus interesses do momento, optou sempre pela divisão do mundo e afinal, parece que não vai ganhar nada com isso.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA