sábado, janeiro 13, 2007

O REINO MÁGICO

Se os portugueses fossem tão bons em tudo como são nos chamados “golpes baixos” seriam o povo mais desenvolvido do planeta. O exemplo vem de cima. Consta para aí nos jornais que o governo anda à procura de uma solução para tentar manter no cargo o Director Geral de Contribuição de Impostos, Paulo Macedo, que pelos vistos é competente mas que agora não pode continuar a auferir o seu elevado ordenado tendo em conta a aprovação de uma lei recente que proíbe que qualquer funcionário do Estado não possa usufruir um ordenado superior ao do Primeiro-Ministro. Para segurar aquele profissional no cargo o governo parece estar a estudar uma forma de Paulo Macedo continuar a exercer as suas funções não o prejudicando dos seus actuais honorários. Como se calcula só inventando truques e aplicando algumas manhas se conseguirá dar a volta à questão para fugir ao rigor da própria lei que o governo criou mas que neste caso não lhe interessa muito fazer cumprir dada a situação de aquele economista render bastante milhões às contas do Estado.
Como noutros, é também neste aspecto que os responsáveis portugueses mostram verdadeiramente não serem capazes de ser verdadeiros. Já vai sendo tempo de se rever, quer em termos de ordenados, quer em termos de responsabilidades, a situação dos governantes e gestores públicos. Claro que tendo o Primeiro-Ministro maiores responsabilidades na gestão do país por consequência deverá auferir o ordenado mais elevado e assim sucessivamente. A questão está apenas em exigir aos responsáveis pelos destinos das empresas e do país competência e resultados em consonância com os seus ordenados. Como em tudo, havendo exigência, responsabilidade e bons ordenados aparecerão os melhores, aparecendo os melhores aparecerão resultados, aparecendo excelentes resultados aparecerá o desenvolvimento do país. Se o Director Geral de Contribuições e Impostos justifica ganhar 25000 euros/mês então o Primeiro-Ministro que ganhe 50000. Os portugueses não se importarão de pagar tais ordenados caso eles o justifiquem. Só teriam a ganhar com a medida. É só preciso coragem para decidir, ser-se verdadeiro e transparente. Pelos vistos passa-se o contrário, escondem-se as verdades, tenta-se ludibriar o povo, grassa a incompetência e a irresponsabilidade, não se lhes exige resultados e sendo assim afinal os nossos responsáveis não merecem sequer o ordenado mínimo nacional.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA