MODERN TIMES
Nos tempos que correm e sobretudo em Portugal começou-se a criar o hábito em afastar das suas funções pessoas com mais experiência e de mais idade. Já nem se sabe qual é a fronteira que entretanto parece cada vez mais reduzida. Claro que isto tem um propósito, os gestores dos “Modern Times”, também já bastante novos, não suportam de uma maneira geral o espírito reivindicativo em termos de condições de trabalho e de exigência, o seu melhor conhecimento profissional e os ordenados mais elevados dos profissionais mais antigos das empresas. Preferem obviamente reduzir custos empregando no lugar daqueles, jovens muitas das vezes mal preparados e entregues ao seu destino sem estes absorverem qualquer tipo de referência. Parece agora que todas as carreiras profissionais se equiparam às dos desportistas. Já não é o primeiro “fedelho” que oiço dizer na empresa onde trabalho que determinado colega com 40 ou 50 anos, com mais de 20 anos de experiência profissional e de conhecimento, está velho. Está acabado.
A revista musical “Rolling Stone” divulgou recentemente a lista dos 50 melhores álbuns de 2006. O primeiro lugar é ocupado por “Modern Times” de Bob Dylan. Fiquei surpreendido, garanto que não foi por qualquer preconceito em relação à idade de Dylan, e hoje escutei integralmente e gostosamente o último disco do criador do célebre “The times thei are a-changing” de 1964. Recorde-se que Dylan gravou o seu primeiro álbum em 1962 e que já ultrapassou os 60 anos de idade. Depois de escutar este “Modern Times” de 2006, olhei pela janela e pensei cá para os meus “botões”, ide chamar velho ao caralho que vos foda.
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