quinta-feira, janeiro 04, 2007

A RAZÃO DA INEFICÁCIA


"Mais uma criança morreu de maus tratos. Mais uma vez, as comissões de acompanhamento de menores que funciona na dependência do Governo não funcionaram. Mais uma vez, o ministro Vieira da Silva vem prometer inquéritos. Até quando durará a inoperância?"

Este era o texto inserido na secção Sobe e Desce do jornal Público e critico em relação ao ministro do trabalho e da solidariedade social. Até quando a inoperância? Tentemos fazer um “desenho” para esclarecer o jornalista. A resposta que se impõe é dizer-lhe, até que o jornalismo em Portugal também ajude. Os jornalistas em vez de se limitarem a criticar facilmente os acontecimentos deveriam talvez antes preocupar-se em investigar o porquê das coisas. Pois, se uma grande maioria de jornalistas e líderes de opinião que escrevem nos jornais são os primeiros a defender o corte dos custos suportados pelos organismos do Estado, que colaboram na defesa da politica de redução de funcionários, estão à espera de que resultados? As comissões de acompanhamento de menores dão lucro? Não. Então há que reduzir a despesa e reduzir funcionários. Os senhores jornalistas por acaso já se deram ao trabalho de ir verificar o que é necessário para que as coisas funcionem capazmente? Era bom que os senhores em vez de se limitarem a transcrever os chamados “números oficiais” que lhes diz que há funcionários a mais, levantassem o cuzinho das cadeiras das redacções, fizessem jornalismo de investigação e procurassem saber onde há falta de funcionários e que organismos estão a trabalhar em deficientes condições por falta de pessoal recentemente dispensado e por força da tal contenção de custos. Do défice. Se Portugal desde os Descobrimentos ainda nem sequer investiu nas mais diversas áreas como é que já quer reduzir custos?
Que importância tem a vida de mais uma criança ou de mais 6 pescadores naufragados a 30 metros da praia perante os números financeiros que o Governo tem de apresentar aos senhores jornalistas e aos senhores de Bruxelas?

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