sábado, junho 21, 2008

POUCO IMPORTANTE

Aconteceu algum desastre nacional com a eliminação da selecção portuguesa do Euro2008? Obviamente que não. Apenas quem vive alienado com o fenómeno futebolístico ou aqueles que olham para o futebol sem o entenderem convenientemente podem sentir hoje um enorme desgosto e não perceber o que realmente se passou com a derrota frente a uma selecção que já foi várias vezes campeã da Europa e do Mundo. Os portugueses deixaram-se arrastar por uma onda de entusiasmo muito alimentada sobretudo, porque lhe dá muito jeito, pela generalidade da comunicação social e pela maioria dos jornalistas que nestas alturas trocam a “camisola” da profissão pela do adepto. A partida da selecção para o Euro, mostrada até à náusea e com recurso a grandes meios técnicos pela totalidade das estações de televisão generalistas, foi exemplar, já para não referir a exaustão do tratamento informativo (?) de que foi alvo o acompanhamento da selecção nos dias seguintes. Pensar assim “não é buscar ao caixote ideológico a alienação, o nacionalismo e outro palavrório da praxe” apanágio das gentes de esquerda como acusa Vasco Pulido Valente numa das suas crónicas no jornal “O Publico”. Pacheco Pereira, que de esquerda apenas tem um braço e uma perna, também fez uma leitura semelhante do acontecimento.Incutiu-se à força na população que éramos os maiores, parecendo até que não iríamos em primeiro lugar, ter que disputar com outras três selecções integradas num mesmo grupo uma passagem aos quartos de final, depois uma meia-final antes de chegar à final desejada e por ultimo ganhá-la para depois então festejar condignamente. Ninguém teve o bom senso de explicar racionalmente a toda esta gente as coisas mais simples que caracterizam o futebol. Não é um caso de vida ou de morte nem tão importante como o “pintam”, são onze contra onze, vence quem mete mais bolas na baliza do adversário, quase todos quando chegam a esta fase são tão bons ou melhores que nós e todos têm o mesmo desejo que é ganhar. A sorte também faz parte do jogo e nem sempre vence o mais forte ou mais habilidoso. Para se ser campeão é preciso ganhar jogo a jogo antes de lá chegar. Os adversários devem ser respeitados e não é por se fazer mais barulho do que os outros que se vence no futebol. Os portugueses lançaram os foguetes quando ainda não havia nada para festejar. Assim custa-lhes mais.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA