domingo, abril 19, 2009

O VÍRUS ALASTRA

Depois de há uns tempos atrás Pacheco Pereira, face à crise, ter apelado através do seu blog, à contenção não só reivindicativa mas também, ao abdicar de certos direitos contratuais por parte daqueles que conseguem ter emprego estável em favor daqueles que não têm emprego ou estão numa situação de precariedade, depois do Presidente da República, praticamente no mesmo sentido, ter sugerido um diálogo entre patronato e trabalhadores, foi a vez agora de Fernando Ulrich fazer uma proposta para debelar um pouco, na sua opinião, a crise de desemprego que actualmente nos assola. O administrador do BPI propõe às autoridades nacionais normas legislativas no sentido das empresas poderem admitir trabalhadores sem no entanto estarem sujeitas a contratos de qualquer tipo e mesmo à lei geral do trabalho. Até mesmo o sociólogo António Barreto, em crónica publicada no último fim de semana no jornal “O Público”, achava “interessante” e alvo de um estudo aprofundado esta proposta de Fernando Ulrich. Até tu, António Barreto? Não te parece que aquilo é mais interesseiro do que interessante?
Este é o tipo de discurso que cada vez mais se vai acentuando na nossa sociedade nos últimos tempos em razão de os mais interessados neste tipo de política serem os únicos a terem acesso à opinião pública e assim a manipularem a seu bel-prazer.
Perante este tipo de movimentação levada a efeito por esta gente, sempre muito bem colocada no sistema que nos regeu ao longo de tantos anos, não fora sermos muito apologistas das teorias da conspiração, concluiríamos que esta crise que invadiu o mundo, foi propositadamente criada, primeiro para assustar e, em consequência de tal, sujeitar pessoas e trabalhadores aos ditames mais primários do capitalismo até nos transportar de novo ao sistema de escravatura. Este pode não ter sido o propósito mas que há alguém que já está a ver mais longe aproveitando a situação, lá isso há.

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