sábado, outubro 07, 2006

TAL PATRÃO TAL EMPREGADO

Há dias, num dos nossos grandes e modernos centros comerciais, dirigindo-me a uma casa das sopas pedi uma canja, uma bebida e um pastel. Quando ia pagar a empregada, consultando uma sua colega, confirmou que não me podia fazer um preço mais em conta porque para tal eu deveria pedir mais um pastel para assim a ementa fazer parte do menu especial que contempla um preço mais reduzido. Disse-lhe que só me apetecia um pastel e não dois. Pois, -mas assim vai ter que pagar mais mesmo que comendo menos-insistiu. Eu não queria acreditar e até fiquei indeciso se não deveria solicitar o tal pastel e depois deitá-lo para o lixo e assim pagar menos. Achei que não era correcto tendo em conta a fome que grassa pelo mundo. O patrão da loja teve uma ideia comercial e decidiu sem explicar aos empregados que na vida nem tudo é para seguir à letra e que eles também podem pensar e decidir. Na sua ausência estes também não são capazes de discernir. Aliás, há um pormenor que se constata, neste país não existe um único trabalhador que se considere incompetente para as funções que desempenha mas todos são capazes de achar que o colega ao lado é o maior incompetente do mundo. Certo certo, é que a quase todos lhes falta humildade, conhecimento, cultura, formação adequada e sentido cívico mas isso também não é a preocupação primeira dos seus patrões e gestores. A esses apenas lhes interessa o facto de eles serem baratos. O barato geralmente não presta logo, como somos todos baratos consequentemente o país não pode prestar. Vale pouco.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA