segunda-feira, janeiro 10, 2011

A SELVAJARIA

À margem da campanha eleitoral para as presidenciais, dos juros da dívida portuguesa e do eventual pedido de ajuda ao FMI, das vitórias do Sporting, FCPorto e Benfica no campeonato, da eleição do melhor treinador do mundo e dos golos de Cristiano Ronaldo em Espanha, a comunicação social e o público em geral foram confrontados durante o fim-de-semana com a notícia de um crime ocorrido em Nova York e de uma relação entre um jovem e uma figura pública da sociedade portuguesa. A generalidade do público impressionou-se com a história. Os crimes impressionam tanto quanto mais perto estamos deles ou pela forma como nos são relatados. Este é o caso de mais um crime que não foge à regra. Ele não impressionou nenhum cidadão chinês ou sudanês a residir nos seus países tão só, porque não tiveram conhecimento dele nem tão pouco por terem um qualquer tipo de ligação às personagens envolvidas na história. Vivem as situações de outros crimes semelhantes a este ou não que ocorrem entre pessoas que mais ou menos se conhece.

O impacto deste assassinato que cada um o encara naturalmente à sua maneira, como acontece com quase a totalidade dos crimes, causa em cada uma das pessoas que o acompanha diversos tipos de leitura e até de conclusões mais ou menos plausíveis, sensatas ou não. O verdadeiramente impressionante, mais que o próprio crime ocorrido como o deste fim-de-semana entre dois portugueses em Nova York, é acompanhar nos diversos sites dos jornais nacionais os comentários publicados pelos cidadãos. As deficiências mentais, culturais e educacionais dos seus autores são assustadoras. Perante a amostra divulgada percebemos as razões do nosso atraso civilizacional. No nosso dia-a-dia lidamos com esta gente por perto, nos empregos, nas estradas, etc. Vivem da mesma forma e com o mesmo sentido de cidadania nas sociedades actuais como poderiam viver numa qualquer caverna há milhares de anos. Simplesmente selvagens e esse, é o verdadeiro crime com que nos deparamos actualmente e que não passa ao lado de qualquer cidadão mundial.


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