sábado, maio 28, 2011

SER OU NÃO SER IMPORTANTE


Foi muito interessante verificar as reacções à forma como foi preso e exposto ao público o chefe do FMI Dominique Strauss-Khan detido por suspeitas de violação a uma empregada de um hotel nova-iorquino. É curioso analisar os vários tipos de comportamentos da opinião pública. As argumentações e teorias da conspiração de que foi alvo DSK segundo os seus simpatizantes, ou a barbaridade cometida a uma humilde e indefesa empregada doméstica segundo os seus adversários políticos. Cada um julga o caso consoante as suas simpatias o que, diga-se, nunca foi lá muito aconselhável. Destaque-se até que ponto as pessoas reagem aos seus interesses pessoais e descuram permanentemente o interesse colectivo. Em termos gerais quem é simpatizante da área politica de DSK considerou também decadentes e próprias de um farwest as imagens divulgadas pela comunicação social. Por outro lado, os seus inimigos, sobretudo os não socialistas, não se cansaram de elogiar o comportamento e eficiência da justiça americana nestes casos da detenção e julgamento de um qualquer cidadão seja ele rico ou pobre e, aproveitar a oportunidade para nos vender uma América justa. Todos gostam de julgar antes que decidam os juízes e sempre conforme mais lhes convém e conforme as suas próprias convicções. Nem uns nem outros discutiram antes seriamente e com profundidade como as autoridades em qualquer parte do mundo devem actuar nestas situações estejam nelas envolvidas gente desconhecida ou gente famosa. Ninguém considera se será justo, correcto ou eficiente expor um réu sobre o qual inicialmente apenas recai uma acusação e até que seja julgado poder tratar-se de um presumível inocente. Foi preciso que um VIP estivesse envolvido numa situação destas para que as opiniões de gente igualmente importante se manifestasse revoltada com os acontecimentos. Não é justo.


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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA