quarta-feira, outubro 31, 2007

QUE VAI FAZER, MINHA SENHORA?

A Srª Ministra da Educação veio hoje queixar-se para a praça publica dizendo-nos que, não consegue fazer melhor porque 90% do orçamento do seu ministério é gasto em ordenados. Se a Srª Ministra diz que não consegue só lhe restam duas opções, ou pede melhores condições para fazer algo pela educação deste país ou então, demita-se das suas funções. Por outro lado, o chefe da “tribo”, o Sr. Eng. Sócrates, veio de seguida comunicar aos portugueses que, a questão não se resolve injectando mais dinheiro mas gerindo o que há. Penso que o tipo de gestão a que o senhor se refere não se prende com os restantes 10% que sobram para investimento na educação mas sim no corte das despesas com as remunerações das pessoas. É assim que tem feito ao longo dos tempos. Ou seja, o Primeiro Ministro de Portugal limita-se a garantir nos seus orçamentos as despesas referentes a remunerações e despreza de todo qualquer outro tipo de investimento que não dê frutos a curto prazo. A educação é um desses casos. Mal vai o país que não aposte na educação do seu povo sobretudo num país como o nosso.

quinta-feira, outubro 25, 2007

PROFISSIONAIS ESPECIAIS

Os pilotos da TAP suspenderam a sua greve para entrar numa nova fase de negociações com o governo. A sua luta prende-se com a lei que estende a idade da reforma dos pilotos para os 65 anos. Não cabe agora discutir aqui a justiça da decisão de se mexer num contrato do passado celebrado entre o Estado e os diversos tipos de actividades profissionais. À partida, a assinatura de um contrato entre duas entidades de bem deveria ser respeitado de inicio até ao seu final. Neste caso como noutros, o Estado, uma vez mais, demonstrou não ser uma entidade de bem e acabou por dar o dito pelo não dito. Igualmente, também não importa agora saber se um piloto está ou não qualificado para exercer normalmente a sua profissão. Cada caso é um caso e para se estudar cada caso deverão existir entidades capacitadas para o efeito, não cabe ao Zé povinho andar para aí a mandar palpites para o “ar” sem ter o mínimo de conhecimentos na matéria do tipo, os pilotos são uns “chulos”, ganham balúrdios, estão sempre a viajar e a hospedarem-se em bons hotéis, querem é a reforma mais cedo para ir trabalhar para outras companhias no estrangeiro etc etc. Como dizia um comandante aqui há tempos num programa de televisão, as pessoas falam muito mas quando estão dentro de um avião no momento da descolagem ou da aterragem fazem um silencio ensurdecedor e ficam com o rabinho apertadinho. Rezam para que aquele dia não seja o último dia da tripulação do avião.
Nem de propósito, acabo de ver há pouco tempo um documentário no National Geografic sobre um voo aterrador de uma companhia canadiana de nome Air Transat que partiu de Toronto com destino a Lisboa. Podem conhecer toda a história desse voo através do youtube ou da wikipedia em versão inglesa. Resumidamente, a mais de uma 1H30 do seu destino o avião ficou sem combustível e sem motores em cima do oceano Atlântico. Depois de declarada emergência com mais de 300 pessoas a bordo, o comandante Richard Piché e o co-piloto Dejager conseguiram com uma fantástica perícia e uma elevada preparação a todos os níveis levar o Airbus A330 durante mais de 20 minutos a planar e aterrar na base aérea das Lages sem que se tivesse registado qualquer vitima. Uma situação nunca vista na história da aviação. Um dos passageiros termina o documentário dizendo que todos aqueles passageiros ficaram a dever as suas vidas ao alto profissionalismo patenteado por aquela tripulação. Isso interessa alguma coisa aos legisladores? Claro que não, não foram eles que viveram aquela situação de autentico pânico. As suas preocupações são exclusivamente económicas e as reformas aos 65 anos são para toda a gente quer se trate de um mineiro, de um escriturário, de um empregado de balcão, de um médico cirurgião ou de um piloto da aviação comercial. Não dá para pensarem nas especificidades de cada profissão? Dá, na dos politicos porque são especiais.

terça-feira, outubro 23, 2007

VAMOS ANDANDO

Esta manhã enquanto caminhava na rua escutava na minha passagem por entre duas mulheres anónimas uma conversa do tipo, “como vai isso? Olhe vamos andando para a frente, tem que ser”. O povo está convencido que anda para a frente. Para andar para a frente tem que se lutar ou pelo menos resistir. O povo não luta nem resiste porque acha que isto é mesmo assim e que não há alternativa. O povo está a boiar nas vagas do oceano em alto mar à espera que uma onda o traga para terra. Não sabe onde está o horizonte e acha que o melhor é deixar-se arrastar para onde o mar o quer levar. As ondas estão a levá-lo para mais longe de terra firme mas o povo não quer nadar no sentido contrário. Vai indo, para onde o mar o levar.

terça-feira, outubro 16, 2007

NÃO HÁ HIPÓTESES DE VENDER ESTE TIPO?

Pacheco Pereira esta semana estendeu mais espuma raivosa nas páginas do jornal “O Público” a propósito da RTP. Insiste que o Estado não deve ser detentor de qualquer órgão de comunicação social e por outro lado que esse mesmo Estado subsidie a comunicação social privada para que esta preste algum serviço público. Tão simples como isto, Pacheco Pereira é o tipo de liberal que acha que o Estado deve alhear-se das suas nobres obrigações e sustentar a iniciativa privada. Ou seja, Pacheco Pereira acha que a comunicação social quando executada por entidades privadas não tem obrigações publicas e que se for obrigada a tal deve ser subsidiada pelo Estado. Pacheco Pereira não nos consegue explicar é o que entende por serviço público e naturalmente até pensa que quando uma estação de televisão como a SIC do militante nº 1 do PSD emite semanalmente um debate de análise politica, Quadratura do Circulo, em que participa o próprio social democrata Pacheco Pereira, o militante socialista Jorge Coelho e hoje também homem de negócios e ainda António Lobo Xavier igualmente homem de negócios e militante centrista, esta estação de televisão nos está a prestar um isento e qualitativo serviço público e que talvez até seria justo que o Estado subsidiasse este tipo de produto que nos entra em casa desde que o mesmo fosse apenas de iniciativa privada. Eu próprio até posso ser subsidiado pelo Estado para edificar uma estação de televisão e prestar um serviço público mas onde nunca teriam voz todos os Pachecos Pereiras deste país. O Sr. Pacheco Pereira critique a RTP sempre que achar justo mas deixe-a estar entregue ao Estado para que ela se mantenha portuguesa e dos portugueses mesmo que com muitos defeitos. Não me importo de pagar por isso, pago tanta coisa que não me serve de nada que mais uns trocos não me cria mal maior. Até era capaz de pagar para não ouvir e ler tantas baboseiras do Sr. Pacheco Pereira.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA