quarta-feira, julho 30, 2008

SERVIÇO PÚBLICO

A RTP volta a ter jogos da Primeira Liga de Futebol nas suas transmissões depois de um longo interregno. A reacção daqueles que são contra uma televisão do Estado não foi diferente do habitual assim como as criticas avançadas pelos proprietários das estações generalistas de televisão portuguesas sobretudo através de alguma imprensa que eles próprios controlam. Os ataques são exactamente os mesmos desde há muitos anos, diz-se, “a RTP é um sorvedouro de dinheiros públicos”. Porque não se discute e exige então a responsabilização por parte dos seus gestores e de quem os nomeia? “A RTP não presta serviço público”. Definam em primeiro lugar os critérios do que é serviço público. “O Estado não deve ser proprietária de uma estação de televisão”. Porque não? Televisão é exclusivamente um negócio? “Os governos controlam a RTP”. Não haverá solução para que tal não aconteça? Não seria mais importante debater-se antes essa questão? E quem controla as estações privadas? E o que os faz mover e com que intenções? “O Estado deveria pagar aos privados para estes prestarem o serviço público de televisão”. Mas já definiram o que é serviço publico para que tal se possa encomendar? E porque é que o Estado deve pagar aos privados aquilo que ele próprio pode fazer? “Porque os privados o fariam com menos custos“ dirão os defensores de tal tese. Mas à custa de quê? Certamente que à custa de profissionais mais baratinhos e pouco qualificados já para não falar nos meios tecnológicos a utilizar. Vamos então por partes.

Comecemos pelo caso concreto das transmissões desportivas que despoletou uma vez mais este grande alarido. Porque é que a questão só se coloca quando se trata do futebol? Que tipo de outras transmissões desportivas são asseguradas pelas estações privadas generalistas de sinal aberto? Praticamente nenhumas. A razão para que os privados tenham grande apetência pelas transmissões de futebol resume-se apenas às audiências e às receitas que elas geram. A RTP está proibida por alguma lei em assegurar grandes audiências? Se aquelas transmissões geram lucros qual a razão para criticar a estação pública com o argumento de que esta está a prejudicar o erário publico esbanjando o dinheiro dos contribuintes? Pelo que se sabe a RTP nestas negociações para além dos valores propostos apresentou como contrapartida algum do seu património programático para apostar forte frente à concorrência. Cedeu algumas horas de transmissão dos próximos Jogos Olímpicos de Pequim que saturariam as suas antenas e que nenhum privado fez questão em adquirir porque estes apesar da sua importância em termos desportivos já não movimentam grandes audiências assim como, alguns dos mais de 60 jogos do próximo Mundial de Futebol sem pôr em xeque as principais transmissões da prova de interesse publico e pelas as quais a RTP detém os direitos de transmissão desta vez apenas porque os mesmos foram adquiridos pela UER organização de que faz parte estação publica portuguesa entre outras estações publicas europeias.

Prosseguindo, quais foram as reacções dos mesmos protagonistas noutras situações quando a RTP no Europeu de Futebol de 2004 teve que ceder à SIC e à TVI parte dos seus jogos incluindo aqueles em que participava a selecção nacional? Nenhumas. Tudo sereno. E que reacções houve quando 2 anos depois a SIC que detinha os direitos do Mundial da Alemanha e mais tarde a TVI os do Europeu da Áustria e da Suíça e não cederam qualquer jogo à estação publica? Igualmente nenhumas, manteve-se a mesma serenidade. Porque não terão também questionado a medida de gestão que levou o anterior Conselho de Administração da RTP a alienar a sua participação na sociedade que detinha na rentável Sporttv e que no futuro, tal como já anteriormente ia acontecendo, se poderia revelar bastante vantajoso para a aquisição em parceria de direitos de transmissão de grandes eventos desportivos? Não terá sido porque assim se esvaziava o poder negocial da RTP e se abria um melhor espaço de manobra às estações privadas? Onde estavam na altura as vozes daqueles que agora se mostram tão preocupados com os dinheiros dos contribuintes? O silêncio tornou-se como que suspeito.

Por fim, alguns intelectuais da nossa praça insistem em não considerar as transmissões de futebol uma prestação de serviço publico. E se eles pensassem antes que todo o tipo de transmissão televisiva pode e deve ser encarado como prestação de serviço público desde que o mesmo seja assegurado com cuidados especiais, obedeça a critérios exigentes de qualidade de transmissão e seja assegurado pelos melhores profissionais do mercado. O público agradeceria ser servido assim. Seria um bom princípio. É isso que deve ser exigido à RTP.

quinta-feira, julho 24, 2008

SOLUÇÕES

O tempo passa e as consciências insistem em não mudar. Continuam as discussões à volta das soluções para os problemas globais. As conclusões giram sempre em torno das questões económicas, do dinheiro e do negócio que dizem fazer mover o mundo. As conversas neste sentido são levadas até à náusea. A situação e os tempos demonstram cada vez mais que o caminho não passa com certeza por aí. Apostar na JUSTIÇA sem subterfúgios de espécie alguma, na elevação da EDUCAÇÃO e sobretudo no CONHECIMENTO ajudariam muito mais. E como é que se lhes mete isto nas cabeças?

LEI OBESA

Consta que zelar pela nossa saúde é ajudar o Estado a poupar milhões. Em principio os ginásios são uma das boas soluções para atenuarmos a dureza e o stress das nossas vidas agitadas. Para que os portugueses recorressem ao exercício físico o governo resolveu por bem legislar no sentido dos ginásios beneficiarem na redução do pagamento de impostos para que estes por sua vez reduzissem o preço da sua utilização pelos seus utentes. Pelos vistos foram poucos os ginásios que atenuaram os seus preços mas que não deixaram de aproveitar os benefícios da nova lei. Não teria sido mais acertado se o governo antes beneficiasse os utentes dos ginásios com dedução nas despesas com a saúde no seu IRS? Pelos vistos mais uma vez os nossos governantes preocuparam-se mais com o negócio do que com as pessoas.

terça-feira, julho 22, 2008

GATO POR LEBRE

Quem viaja nos aviões da TAP para e a partir de S.Tomé sente-se defraudado. Sabe-se que a companhia já não tem ao seu serviço os aviões Airbus A310 que habitualmente faziam aquelas ligações. A companhia aérea portuguesa para continuar a manter a quase totalidade do exclusivo daquela rota teve que recorrer à sua antiga accionista WHITE, hoje pertença do grupo OMNI vocacionada para voos charter, e que tem na sua frota aquele tipo de avião que pelos vistos é o mais conveniente para a distancia e o tipo de aeroporto da ex-colónia portuguesa. Apesar do tratamento próprio que as companhias charter proporcionam aos seus passageiros, como em especial o espaço exíguo entre cadeiras já para não falar no tipo de refeições servidas a bordo, como neste caso, a TAP pratica tarifas como se de um voo normal se tratasse não dando qualquer satisfação aos seus passageiros que, não tendo alternativa pagam caro sendo tratados ao nível daqueles que viajam em voos charter com menores condições mas com preços mais convenientes e a condizer mais com a qualidade do serviço.

segunda-feira, julho 21, 2008

NADA DE NOVO

António Borges, aquela figura convencida e talvez sinistra que procura estar no PSD mas afastado da confusão da militância partidária, veio em crónica publicada no jornal “O Publico” dizer que, “o grande desafio para o PSD é relançar a iniciativa privada”. O actual Vice-presidente do PSD afirma que “é preciso dar aos empresários e, sobretudo aos novos empreendedores com grande espírito de inovação, a oportunidade de mobilizarem recursos e de lançarem novos projectos e orientar toda a capacidade concretizadora e inovadora desses empresários para o mercado externo, onde não falta espaço de penetração de novas iniciativas provenientes de um país pequeno.” O António Borges anda ou faz-se muito distraído, Portugal já pouco tem que dar do que é pertença de todos os portugueses a tais ilustres empresários, já lhes entregou a Banca, a Galp, a EDP, a PT, só para referir os sectores mais importantes, os resultados estão à vista, aquelas riquezas passaram das mãos de todos para os bolsos cheios de alguns accionistas sem que Portugal viesse economicamente a ganhar muito com tais transacções. António Borges só vê virtudes na classe empresarial exactamente naquela que tem demonstrado ao longo dos tempos ter pouco nível, ser pouco escrupulosa e pouco democrática e sobretudo, ser muito incompetente ao contrário daqueles pobres portugueses que sentindo-se obrigados a emigrar ajudaram outros países a desenvolverem-se quando geridos convenientemente por gestores capazes e de outra estirpe. Os factos não enganam como nos pretende dizer este novo militante social-democrata. Tem o senhor o descaramento ainda de escrever que, “Portugal é um país de empresários”, se assim fosse bastaria acrescentar que estão todos tesos e à beira da ruína graças sobretudo a estas cabeças pensantes.

sábado, julho 19, 2008

SEM EXECPÇÃO

O mundo está preocupado com um Irão armado nuclearmente. O mundo ainda não percebeu ou faz que não percebe que a única resolução justa passaria pelo desarmamento nuclear de todos os países. Se Israel pode ter armas que atinjam o Irão porque não podem os iranianos ter o mesmo tipo de armas para fazer frente aos israelitas? E se as negociações que o Ocidente propõe começassem exactamente por aí? Pelo desarmamento total? Ficaríamos todos muito mais descansados.

MUITOS PARABÉNS

No dia do seu 90º aniversário Nelson Mandela vale todas as felicitações não só pelo homem que, sacrificando quase uma vida inteira lutou pelo fim do apartheid mas, sobretudo pelo seu exemplar comportamento após ter assumido o poder na África do Sul. Não teve fome de vingança, soube moderar os impulsos entre todos os inimigos e foi único na forma como se retirou para junto dos seus familiares. Nelson Mandela é demasiado grande para este mundo em que vivemos. A história o consagrará.

Powered by Blogger

  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA