segunda-feira, julho 30, 2007

DOLARCRACIA

"Nós, os mercenários económicos, somos astutos; aprendemos com a História. Hoje em dia não brandimos espadas. Não usamos armaduras ou roupa que nos identifique. Em países como o Equador, a Nigéria e a Indonésia, vestimo-nos como os professores e comerciantes locais. Em Washington e Paris, temos a aparência de burocratas governamentais e banqueiros. Parecemos humildes, normais. Visitamos os projectos locais e passeamos por aldeias empobrecidas. Professamos o altruísmo, falamos com os jornalistas dos jornais locais sobre o maravilhoso carácter humanitário das nossas acções. Cobrimos as mesas das conferências com as nossas tabelas e projecções financeiras e damos palestras na Harvard Business Scholl sobre os milagres da macroeconomia. Existimos oficialmente, de forma transparente. Ou pelo menos é assim que nos retratamos e que somos aceites. É assim que o sistema funciona. Poucas vezes recorremos a expedientes ilegais, porque o próprio sistema se baseia no subterfúgio, e o sistema é por definição legítimo.
No entanto, quando falhamos-e este é um aviso muito importante-uma raça ainda mais sinistra entra em cena, à qual nós, os mercenários económicos, nos referimos como os chacais, homens cujas origens remontam directamente a esses antigos impérios. Os chacais estão sempre presentes, ocultos nas sombras. Quando emergem, dá-se o derrube de Chefes de Estado ou a sua morte, em “acidentes” violentos. E se, por um acaso, os chacais falham, como falharam no Afeganistão e no Iraque, então regressam à superfície os velhos modelos. Quando os chacais falham, enviam-se jovens americanos, para matar e para morrer."

Excerto do livro “CONFISSÕES DE UM MERCENÁRIO ECONÓMICO” de John Perkins. Um grande livro para ler nestas férias. Edições Gestão Plus. Não basta andar de olhos abertos, também é preciso pensar e…avisar.

terça-feira, julho 17, 2007

VOU ALI E JÁ VOLTO...EM AGOSTO


O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela diz. Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"? O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Liberta-me. "Não queres sair comigo?! Então, foda-se!"
“Não tens tempo para foder comigo?! Então foda-se!”"Vais querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! Então, foda-se!" O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição. Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita quantidade que "comó caralho"? "Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão matemática. A Via Láctea tem estrelas comó caralho! O Sol está quente comó caralho! O universo é antigo comó caralho! Eu gosto do meu clube comó caralho! O gajo é parvo comó caralho! Entendes?
No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".
Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.
O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.
Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades de maior interesse na tua vida. Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência. Solta logo um definitivo:
"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".
O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema, e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...) Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "p**a que pariu!", ou o seu correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. Diante de uma notícia irritante, qualquer "p**a-que-o-pariu!", dito assim, põe-te outra vez nos eixos.
Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.
E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"? Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta:
"Chega! Vai levar no olho do cu!"?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima. Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando estás sem documentos do carro, sem carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"
Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a desejada reforma tem que aumentar … o teu ou tua amante diz que está cheio de trabalho, tu pensas “Já me fodi!” Então: Liberdade, Igualdade, Fraternidade e foda-se!!!


De Millor Fernandes

segunda-feira, julho 16, 2007

ABSTENÇÃO, A NOVA PRESIDENTE

Os vitoriosos das eleições para a Câmara de Lisboa:
Ribeiro e Castro, que a esta hora ainda se está a rir como um doido e às cabeçadas em todas as portas, Luís Filipe Meneses que achou estas eleições uma "ganda nóia" e sobretudo o povinho que na sua maioria os mandou foder a todos demonstrando uma vez mais que está farto das trapaceiras da nossa fraca classe politica.

sexta-feira, julho 13, 2007

O ESTRABUCHAR

Portugal está vaidoso. Dá muita importância ao facto de ser Presidente dos países mais fortes da Europa durante seis meses. O nosso Primeiro estica ainda mais o pescoço mas mesmo assim não consegue esconder o inestético nariz.
Até aos grandes projectos mundiais chegamos sempre atrasados. Só para apoiar a guerra no Iraque é que fomos mais expeditos. Portugal é Presidente de uma Comunidade que está em agonia. Só ainda não morreu porque os homens que deveriam decretar a sua morte vivem à custa dela e esforçam-se por manter até ao máximo os respectivos “tachos” de que dela dependem. O que iria fazer depois toda aquela cambada?

sábado, julho 07, 2007

O PODER DOS PEÕES

Apesar das leis globais, cada país deveria legislar segundo as características do seu povo. Por exemplo, no caso concreto português, os nossos cidadãos julgam que tendo direitos têm poder. Quando disseram aos portugueses que os peões têm prioridade em relação aos automóveis nas passadeiras ficaram logo convencidos que detinham assim um grande poder sem nunca questionarem até onde vão os seus direitos e o seu poder. O peão português não foi educado para ter cuidados. Quando chega a um passeio que dá acesso a uma passadeira, o peão português não pára e não olha, atira-se à estrada porque lhe disseram que tem prioridade sobre os automóveis e como lhe disseram tal coisa convence-se que é poderoso sobre todos os outros. Geralmente o peão português não facilita, mesmo naquelas circunstâncias em que os automóveis em andamento estão muito próximo da passadeira. O peão português obriga os automobilistas a travagens bruscas porque o peão chegou à beira da passadeira naquela altura e não faz questão em esperar uns segundos mais e ter cuidado. Ele tem prioridade e poder, mesmo sabendo que o poder do seu corpinho é bem mais fraco que o poder da chapa dos automóveis

quarta-feira, julho 04, 2007

VOAR É PRECISO

A companhia aérea estatal angolana vai estar proibida de voar os céus dos países da Comunidade. Bruxelas, muito bem, acatou os pareceres do Comité de Segurança Aérea que depois de a já ter alertado, colocou a TAAG na lista das companhias aéreas que não inspiram confiança em questão de segurança aérea. O Governo angolano é rico, ao contrário do seu povo, e julga que tudo pode ser uma rebaldaria. Herdaram esta cultura dos portugueses que também sempre funcionou neste espírito. A reacção segundo se consta nos órgãos de informação é que Angola prepara já uma retaliação proibindo a TAP de voar no espaço aéreo angolano. Angola tem um certo complexo de vingança a tudo que não lhe agrada e que emane de Portugal. É sempre assim quando surgem decisões do governo português que estabelece por exemplo, regras mais apertadas na atribuição de vistos a cidadãos estrangeiros, ou quando um angolano é detido por conduzir em Portugal com uma carta de condução não devidamente legalizada. O governo angolano dá logo instruções para que todos os cidadãos portugueses a conduzir em Angola sejam também detidos mesmo que conduzam com uma licença reconhecida em todo o mundo. Angola tem um ódio de estimação em relação aos portugueses.
Até se pode compreender que Angola se comporte assim, as marcas da história de quase 500 de colonialismo português ainda resistem mas nos tempos que correm já não se aceita este tipo de atitude. Deveria estar fora de moda. Para as novas gerações a história já lá vai e vivendo outro tipo de mentalidade. É isso que os responsáveis angolanos têm que compreender. Como estão muito entretidos no seu poder e no seu bem-estar nunca irão perceber tal evidência.
Angola faz de conta que não quer entender que a decisão de proibir a TAAG de voar na Europa é da responsabilidade de Bruxelas e do Comité De Segurança Aérea. Ou por outra, entende mas, demonstrando alguma arrogância estúpida de novo-rico procura a vingança naquele que lhe é mais conhecido que é onde habitam os Tugas. Por outro lado, os portugueses têm um complexo de culpa de tudo o que possa acontecer de mau em relação a Angola. Vai daí, o Ministro dos Transportes e das Obras Públicas, Mário Lino, num pedido feito pelos jornalistas para reagir a esta decisão da Comunidade Europeia, procurou logo dizer, que vai tentar ajudar Angola, que sim senhor, temos que respeitar a mesma mas que também tem que haver bom senso. O melhor é o Sr. Ministro estar calado para não dizer mais asneiras. Mas qual bom senso, Sr. Ministro? Aquele que nos caracteriza tipo nacional-porreirismo, "vejam lá facilitem também um pouco as coisas"? Não está a ver que o que está em causa é a segurança aérea e a vida de centenas de pessoas? E que em relação à segurança que é o que está em causa não se deve facilitar um milímetro que seja? Não digam tanta baboseira e deixem os técnicos na matéria decidir competentemente. Angola se quer desenvolver-se convenientemente só tem que respeitar e ser respeitada em termos de sociedade. Resolva urgentemente o problema da sua companhia aérea para que ela possa também ombrear com as mais qualificadas levando ao crescimento saudável toda a comunidade angolana e transformar-se num país moderno e civilizado. Tem as melhores condições para o fazer. Tomara nós.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA