terça-feira, fevereiro 20, 2007

O MESMO DE SEMPRE

O ex-comunista Vital Moreira também já afina pelo mesmo diapasão dos tempos modernos. Nesta terça-feira de Carnaval, surgiu com a sua nova máscara em artigo publicado no jornal “O Publico” a propósito da revolução na função pública.
…”Os funcionários públicos gozavam de regalias específicas face aos trabalhadores do sector privado em numerosos aspectos, como por exemplo, segurança absoluta no emprego, aposentação, horário de trabalho, férias, faltas, assistência na doença...”
Ai Nosso Senhor nos valha oh Vital, tantos pecados cometidos pelos funcionários públicos, como é possível que tenham tido estas regalias (não direitos) que os do sector privado não tinham? Não senhor, isto não pode continuar, temos que lutar pela igualdade, os funcionários públicos devem também ser explorados como os do sector privado, tal como no antigamente quando tu eras comunista e lutavas para que os ricos fossem também como os pobres.
O Moreira, seguindo as novas mentalidades quer que tudo seja nivelado por baixo. A sua preocupação não são as condições precárias em que trabalham os trabalhadores do sector privado mas sim alguns direitos conquistados depois do 25 de Abril de 1974 pelos trabalhadores da função pública. Mas o Vital diz mais na sua crónica de hoje:
…”Não se vê por que é que os funcionários públicos hão-de ter um horário de trabalho menor, férias mais prolongadas ou um regime de faltas mais favorável…”
Oh Moreira, e porque não hão-de ter? E porque não pões a questão ao contrário, ou seja por que é que os trabalhadores do sector privado não hão-de ter menos horas de trabalho e férias condignas?
E o Vital continuou a vomitar para cima da malta:
“…Por outro lado, a aplicação do regime do contrato individual de trabalho na administração publica não pode deixar de implicar certas adaptações (em matéria de recrutamento, de incompatibilidades e acumulações, de contratação colectiva, etc.), de modo a respeitar os princípios constitucionais da igualdade de acesso, da imparcialidade e da prossecução do interesse público…”
Lá estás tu oh Moreira, o espírito comunista ainda não te abandonou totalmente. Tu queres todos iguais na miséria. Já agora olha lá, oh Vital, por acaso ainda usufruis daquelas regalias de teres direito à reforma após dois mandatos como deputado na Assembleia? Foram os deputados como tu legislaram em matéria de regalias os direitos dos deputados, não foram? Ou estarei enganado?

O FADO

" Portugal é um dos países da União Europeia onde o risco de pobreza é mais elevado, sobretudo entre as pessoas que trabalham, apesar de vários Estados-membros terem níveis de riqueza muito inferiores."

domingo, fevereiro 18, 2007

MAS QUE CHATICE

A manchete do jornal “O Público” desta manhã:
“Falta de funcionários na DGV atrasa processamento de multas”
Hoje que tenho capacidade financeira para pagar as minhas é que tinha de acontecer uma catástrofe desta dimensão. Não me venham agora pedir para pagar amanhã porque posso já nào estar a viver momentos de grande prosperidade como hoje.
Dificil situaçào está a viver o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. O homem não quer pagar a mais funcionários mas quer receber.

sábado, fevereiro 17, 2007

FORA DE CONTROLO

Foram muitos, políticos, jornalistas, colunistas e líderes de opinião que sempre tiveram preocupação com o controlo dos governos nos órgãos de informação do Estado. Daí, as suas insistentes suplicas para que se passasse à privatização dos mesmos. Lá se foi fazendo a vontade dos senhores e agora ao Estado resta apenas o grupo RTP, que mesmo assim ainda incomoda os “profetas” da liberalização total, sobretudo do radical e doentio na matéria, Pacheco Pereira. Nunca foi sua preocupação procurar uma via que possibilitasse a não governamentalização desses órgãos de comunicação social mas mantendo-os na mesma sob a tutela do Estado, uma fórmula que com determinadas regras, como por exemplo a nomeação dos seus cargos directivos e a transparência nas admissões de pessoal, até poderia vir a ter sucesso garantindo uma informação isenta, credível e de qualidade. Houvesse para tal, vontade e os partidos políticos poderiam ter criado um pacto de regime nesse sentido em vez de estarem sempre à espera do momento para estarem no poder e ter assim um maior controlo na informação fornecida pela comunicação social do Estado. Resta agora apenas um “nicho”, a RTP, que certa classe económica e política ainda não perdeu a esperança de a desmantelar pouco a pouco. Tudo o resto já está “devidamente entregue ao sector privado, independentemente de quem quer que seja, jornais, rádios e televisões. Para tal bastou apenas a apresentação de umas garantias bancárias e a organização competente de alguns lobbies. E agora quem dirige a informação que se faz no país? Belmiro de Azevedo, especialista em produzir negócio, detém um jornal, O Público, e que ainda na passada semana despediu um jornalista e professor catedrático de excelente qualidade como é Mário Mesquita com argumentos estapafúrdios como o da incompatibilidade de Mário Mesquita ser do Concelho Directivo da Fundação Luso Americana e em simultâneo escrever crónicas ao domingo no seu jornal, mas no entanto, o jornal de Belmiro é capaz, como aconteceu na sua edição de ontem, fazer um destaque positivo na ultima página ao filho do patrão, Paulo Azevedo. Pinto Balsemão, o maior magnata da comunicação social portuguesa, é militante número de um partido político que muitas das vezes está no poder e como tal pode ter os seus negócios devidamente acautelados. Joaquim Oliveira que se está a tornar num novo potentado na área da comunicação e que ficou mais conhecido pelas suas ligações ao mundo da bola e que hoje detém nas suas mãos um significativo império. Esta semana, pouco tempo depois de ter dispensado dos quadros da TSF o veterano e competente jornalista Fernando Correia, este novo magnata resolveu despedir o director do Diário de Noticias o jornalista credenciado António José Teixeira que por sua vez começava em pouco tempo a elevar a qualidade do jornal mas que, pelos vistos desiludiu o patrão por não ter garantido neste curto espaço de tempo que esteve à frente do jornal um aumento significativo de vendas. Sabe-se agora também que Joaquim oliveira não andava muito satisfeito com a linha editorial seguida pelo jornal. Os nossos empresários querem lucros chorudos e no imediato. Mas isto pode não ficar por aqui, até podem vir aí bem piores. Graças a este tipo de mentalidade não podemos ambicionar ir longe. Valha-nos o facto de chegarem até nós jornais e revistas estrangeiras insuspeitos e com tradição no jornalismo e sobretudo ainda termos acesso a excelentes obras literárias muitas das quais nos ensinam a olhar o mundo de outra forma que não esta, por sinal bastante parola e ridícula.

domingo, fevereiro 11, 2007

CUIDADINHO


Ontem Sporting e Benfica jogaram futebol para a Taça de Portugal. O Sporting venceu e segue em frente, o Benfica perdeu e ficou pelo caminho. O jornal desportivo “A BOLA”, na sua edição deste domingo fez uma capa diga-se, bem criativa, tendo em conta que hoje está em referendo o SIM e o NÃO em relação ao aborto. Diz o jornal na sua primeira página:
“SPORTING SIM, BENFICA NÃO.”
Pode tornar-se numa manchete perigosa dado que, segundo dizem, os benfiquistas são para aí uns 6 milhões. Espero bem que os “encarnados”, apesar do seu trauma, não entendam aquela capa como uma indicação de voto no referendo de hoje. Acompanhemos o Sporting.

sábado, fevereiro 10, 2007

A PERGUNTA CLARA


Terminou a campanha eleitoral sobre a interrupção voluntária da gravidez e no próximo domingo uma grande maioria de ignorantes na matéria vai ter que decidir em referendo se SIM ou se NÃO. Todos os dias se ouviu falar exaustivamente e muitas das vezes disparatadamente sobre o ABORTO. A discussão, mais do que para esclarecer, serviu para alimentar ainda mais as duvidas dos muitos indecisos. De tal maneira que hoje a grande maioria já não sabe quando começa a vida. Por agora sabe-se apenas que ela tem certamente um fim. Afinal a vida é o quê? Já ninguém sabe. Uma questão tem que ficar com resposta, devemos julgar uma mulher perante todos e criminaliza-la com cadeia por ela, certamente perante uma decisão muito pessoal e difícil da sua vida, ter entendido abortar nas primeiras 10 semanas da sua gravidez? É esta a pergunta que nos fazem e à qual devemos dar uma solução já que os politicos decisores não foram capazes de resolver. Ninguém está a perguntar se o aborto é porreiro. Num programa de televisão recente o professor Vital Moreira perante uma plateia cheia de adeptos das causas do SIM e do NÃO perguntou se alguma das pessoas ali presentes consideraria um familiar, uma amiga ou uma colega que tivesse ou viesse a praticar um aborto um ser criminoso. O silêncio foi total. A verdadeira questão reside exactamente aí. Todos sabemos que o aborto clandestino sempre foi praticado e até tolerado sem que alguém o considerasse como actividade criminosa. Vencendo o NÃO, vai terminar ou reduzir o aborto clandestino? Parece que NÃO. Será possível garantir à mulher mais segurança em termos de saúde não a sujeitando à prática do aborto clandestino? Claro que SIM. Perante esta realidade devemos continuar a comportarmo-nos cinicamente e a assobiar para o lado? É melhor NÃO. Então, e já que me é feita uma pergunta tão simples que resume tudo isto, lá irei votar no SIM para que a vida ande para a frente.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

A DESGRAÇA PORTUGUESA


Assiste-se na televisão a mais um programa que visa eleger o grande português. A polémica está acesa porque a militância que por aí paira colocou no “top dos 10 mais” um homem como Oliveira Salazar. Não é preocupante que tais portugueses queiram desta forma agradecer ao seu querido ditador pela razão do nosso atraso. O que é mais preocupante é ouvir no programa o telefonema de um professor a defender tal personalidade. Pobres alunos.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A MARCA AMARELA

O governo português está na China segurando as calças com uma mão e com a outra estendida. Sujeitou-se à humilhação de visitar aquele país numa altura em que o seu presidente Hu Jintao partiu rumo ao continente africano negociar com países não democráticos e denotando assim um desprezo assinalável em relação à diplomacia portuguesa. A violação constante dos direitos humanos, a ausência dos princípios fundamentais da democracia, o apoio da China a países não democráticos como o Sudão, Guiné Equatorial, Zimbabwe, Etiópia e Eritreia, a circunstancia de aquele país ter sido o que mais aplicou a pena de morte, a restrição da sua população à Internet, o facto de os seus trabalhadores não poderem formar sindicatos livremente para além de muitas outras atrocidades, não foram factores decisivos suficientes para que Portugal assumisse uma posição digna de que só os íntegros são capazes. As declarações de Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, foram bem eloquentes, “a vista portuguesa é exclusivamente comercial”. Percebemos que o resto não importa. Mas Portugal não está sozinho. O mundo inteiro já bate palmas à organização dos próximos Jogos Olímpicos que ali se vão realizar em 2008. Pelos vistos nem as organizações desportivas conseguem escapar à onda chinesa independentemente dos custos humanitários que tal possa representar. O mundo é capaz de demonstrar a sua força implementando há vários anos um boicote económico à ilha de Cuba que ainda hoje perdura. Porquê? Porque os cubanos, apesar do regime igualmente totalitário, são poucos enquanto que os potenciais consumidores chineses são em número bem mais elevado e bastante apetecível ao grande negócio. O mundo é cobarde, é cínico e, Portugal também.

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  • A MEMÓRIA QUE NÃO SE APAGA